quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Cálice-Texto de Karine Duarte

O texto a seguir foi escrito por Karine Duarte, minha Epifania. Ela o escreveu em 1999.

'Estava ouvindo Chico Buarque no pc...para ser mais exata o que me fez pensar foi a música Cálice...Que música bem escrita, que sutileza (Como eu queria escrever assim.). É exatamente essa palavra que descreve a minha percepção nesse momento “sutileza”. Afinal, na época da ditadura não podia não ser sutil, esquisito, não? Ser direto nem pensar, não podia falar...a regra era do silêncio, quer dizer, silêncio não, a regra era do barulhinho que soava bem aos ouvidos dos “capitães”. Era imposto dizer aquilo que “outros” querem e por isso permitem.
O pensamento não era crime, mas o que é o pensamento sem a ação, sem a prática? Acho que ele se perde no mundo das idéias pelo menos para mim... É assim que eu vejo. Para não deixar esses pensamentos, ou melhor, essa indignação, esse querer e ter que falar, para não morrer de “sufocação” era preciso expressão, mas como ter “expressão própria” numa terra de comandados? Tinha que ser gênio como Chico Buarque capaz de dizer tudo com sutileza que torna a mensagem clara a quem quer perceber, a quem ele queria atingir e ao mesmo tempo quase imperceptível àqueles que não podiam ouvi-la e esses só escutavam, existe uma diferença em ouvir e escutar... Acho que a maioria só escuta, não ouve, só aceita, não assimila, só existe e não vive... Por isso, quando se escuta, as coisas passam, não são assimiladas... Isso tudo me fez pensar no hoje... Temos a liberdade de expressão, nós podemos criticar... De qualquer forma... escrita, falada ou televisionada ...cantada ...e no entanto o que temos? Nada ...não dizemos nada ...pelo menos nada de interessante (Nossa eu descrente Karine!)...aos olhos políticos de nossa realidade...digo nós...eu e todos...deveríamos começar sendo, mas ser em um mundo onde a maioria não é, percebi que é muito difícil, exige força e cuidado...força para não se abater com as criticas e os rótulos ... será sim intitulado num linguajar mais popular de chato, que virou sinônimo de idealista e idealista sinônimo de utopia, e utopia de insensatez... Eu sei bem o que é ser intitulado... mas acredito que devemos SER sim...só a nossa vontade, a nossa expressão, poderá colocar em prática, tirar do mundo das idéias tudo aquilo em que acreditamos... Devemos falar, gritar, escrever...estamos treinados a aceitar a informação ou a opinião enlatada da tv ou de outros, desses que não SÃO.
Essas informações vomitadas só deviam servir para que tenhamos mais subsídios para defender uma opinião e ouvir, não escutar, ouvir a opinião dos outros ...enfim para aprendermos...e não simplesmente falarmos “Sim senhor!”... Não nascemos para isso, nascemos para nos expressar, seja de qual forma for, mas o ser humano precisa da realidade de um verdadeiro estado repressor para se manifestar contra o que está ali, evidente explícito... O perigo é que a realidade de manipulação e repressão hoje é implícita, é sutil como a música do Chico para um estado repressor explícito, entende? Funciona ao contrário, a sutileza hoje está do lado de lá e ela funciona bem, assim como a música do Chico, funciona bem para quem só escuta...
Nos fazem acreditar que somos livres, donos das nossas vidas e principalmente da nossa opinião, do nosso pensamento. Que triste isso, não saber se é você que pensa ou se alguém te “mandou” pensar assim, é uma linha tênue entre a escolha e a imposição... é assim com a maioria, essa maioria de analfabetos, de mal informados, não de conformados, os conformados somos nós, esse povo mesmo, essa elite intelectual, das universidades, das escolas, a adolescência cada dia mais “seriado de filme americano” ou “idealismo teórico” onde o discurso é lindo, mas como mudar o mundo, não, não tenho essa pretensão e para mim o mundo começa a mudar quando começamos a nos mudar, e isso faz sim efeito ...
Onde está o estímulo dessas pessoas, dessa juventude, não de ir para as ruas com a cara pintada (somente), é válido, usar o corpo para se expressar, mas será que a maioria sabia o que realmente estava fazendo ali ou foram na onda, foram esses jovens que tiraram o Collor do poder ou foi a elite que não o queria mais lá, ele já tinha servido bem... Não sei, não sei mesmo...
Eu viajo, é o que dizem, por isso escrevo e quer saber, não ajuda muito, mas me expresso, posso não chegar à resposta, mas elaboro uma série de perguntas. Uma vez um professor meu me disse que entramos na escola para aprendermos a responder e esquecermos de perguntar, faz todo o sentido, quem pergunta, quem se indaga, muda, porque reflete, a reflexão é um problema, o pensamento é um problema... um problema para “eles”...
Somos tão superficiais, a música que nos chega é tão superficial tão vazia não nos transmite muita coisa ou eu diria nada... Mas é esse tipo de cultura que a nossa grande mídia nos oferece... É mais fácil vender aquilo que não faz pensar, é mais "fácil" não pensar, ou melhor, esquecer das coisas...tem muita coisa errada no Brasil, no mundo ...ou até nas nossa vidas e na maioria das vezes ou a maioria das pessoas se calam porque não vale a pena falar, se expor, bater o pé para se fazer valer, a acomodação, o costume impera, afinal nos acostumamos, né?
Não me importo de ser mais uma chata...eu sou ...uma super chata e não me importo mais ...eu me importo com aquilo que eu acredito, para o meu bem e das pessoas que amo pelas coisas que acredito.'



10/07/99

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O Meu Pôr do Sol (ou Uma Declaração de Amor)

No último sábado fiz os preparativos para minha viagem esperada do ano: Ilha Grande. Entendi como um passo importante pra minha vida, já que seria a primeira vez que iria acampar na praia. Posso dizer com sinceridade que nunca fui muito chegado à praia, mas encarando de frente essa resistência e me apoiando no meu velho e otimista 'pelo menos', sabia que ia gostar.

É claro que não só pelo lugar, mas também pela companhia agradabilíssima daquela que faz minha vida mais feliz, mais epifânica...com mais sentido: Karine Duarte.
No dia seguinte aos preparativos, lá pelas 4 horas da manhã, chegamos na Rodoviária Novo Rio. Ensaiamos em comer alguma coisa, mas desistimos assim que chegamos na bancada da lanchonete. Cada passo, cada respirar, cada momento alimentava aquela minha alma faminta que era alimentada pelo amor mútuo que existe entre nós dois. Nada mais importava...Compramos as passagens e entramos no ônibus, rumo à Mangaratiba onde pegaríamos um barco até o Abraão e de lá até o Camping.

Tínhamos a certeza de que passaríamos momentos felizes e essa certeza não foi em vão. Aquela convivência de perceber o outro na sua mais fina intimidade, na sua maior certeza de que não somos nada perante à natureza foi primordial para que entendéssemos aqueles momentos e que refletíssemos sobre a vida, sobre nossos sentimentos...sobre tudo, enfim, que nos faz bem.

A certeza de que se existe inferno, nós transformamos em céu. De que se existe tristeza, a alegria prevalece.

Mudei muito nessa viagem. Aprendi muito. Desde comer isca de peixe até a gostar de cebola, mesmo que de forma não convencional. Aprendi o valor da vida e a perceber que meu porto seguro é lá e que ELA é lá (e meu porto seguro).

domingo, 7 de dezembro de 2008

Here Comes The Sun

Minha mãe passa pelo corredor e assobia 'Here Comes The Sun'.

Pelo menos é isso que entendo.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

...

As reticências...

Reticências são reflexões da alma.
O que se pensa, mas não é dito.

O que se escuta e se mantém calado.
O que suspira e entende-se como algo.
Entende-se como nada.

Reticências são desabafos.
Reflexos da alma.

Reticências podem significar EPIFANIA, ou até mesmo APORIA.
Ou nenhuma das opções acima.
Reticências é tudo e nada ao mesmo tempo.
Tende ao infinito, mas pode tender a zero.
Reticências podem ser bobagens ditas em um blog na internet.
Podem ser notícias de jornal sem fundamento, ou até bem escritas e fundamentadas.

Reticências, para mim, hoje em dia inspiram felicidade.
Inspiram harmonia, visão de um mundo melhor.

É saber que toda vez que encontro essas tais reticências, lembro-me dela.
Dela em sua plenitude, sabendo utilizar reticências em qualquer ocasião.

Mas não preciso encontrar reticências pra lembra dela.
Não preciso de nada.
Ela me acompanha e pronto.

Tá aqui, tá do outro lado da tela lendo esse texto nesse exato momento.
Tá com enxaqueca.
E sabe que pode contar comigo com ou sem reticências.




Homenagem à Karine Duarte, EPIFANIA da minha vida.

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Música do Dia: Sem Fantasia - Chico Buarque e Maria Bethânia

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Epifania Musical - Marcelo Camelo

Anteontem, segunda-feira, dia 10 de novembro de 2008, houve um show no Teatro Rival, na Cinelândia, Rio de Janeiro.
Não foi um show qualquer. Foi o show do Marcelo Camelo, patrocinado pela rádio MPB FM. Era um show de graça em que algumas pessoas, premiadas pela rádio tiveram a chance de ver Camelo executando as músicas do seu novo CD e duas de sua antiga banda (que deu um tempo), Los Hermanos.
Afora os afortunados que foram premiadas pela rádio, mais 50 pessoas conseguiram o direito de assistir ao show. Em ordem de chegada, os 50 primeiros que chegaram tiveram tal direito.

Por sorte, eu era um deles. Graças, é claro, à minha querida 'Epifania' que desde o início de outubro faz parte da minha vida e que ficou na fila, garantindo meu lugar naquele show tão esperado.

Camelo iniciou o show com a música 'Passeando' e que comoveu logo de cara aquele público atento, bem observado por algum outro fã que disse que as pessoas estavam em 'catarse'.
Seguiu com a música 'Téo e a Gaivota' e seguiu em frente com suas músicas novas.

Em um determinado momento, quando houve um problema no som, Marcelo pegou seu violão e tocou uma música dos Los Hermanos, do último cd, arrancando aplausos do mesmo público atento.
Logo em seguida tocou a música 'Liberdade' e seguiu com outras até culminar na última música que foi uma marchinha de carnaval que ele fez chamada 'Copacabana'.
Essa música fez com que grande parte dos fãs se levantassem e dançassem ao som daquela doce marchinha carnavalesca.

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Enfim...creio ter sido esse o meu pior texto, já que escrever sobre o que senti de fato na segunda-feira, seria impossível.

Música do dia: Copacabana - Marcelo Camelo

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Os melhores meteorologistas da cidade

Antes mesmo de cair a primeira gota de chuva ou de você comentar com o seu vizinho no elevador que vai chover, os melhores metereologistas da cidade do Rio de Janeiro entram em ação.

São milhares espalhados por toda a cidade. Olham para as nuvens do céu, observam milimetricamente cada movimento de nuvem e tomam uma decisão: retiram das sacolas escondidas em algum lugar perto de onde estejam, guarda-chuvas que vendem a 5 ou 10 reais, dependendo do lugar e da intensidade da chuva.

Trabalhadores, estudantes...Gente de todo o tipo (logicamente aqueles que não gostam de chuva) dirigem-se àqueles nobres ambulante que prestam um serviço a todos aqueles que não esperavam a chuva naquele momento.
Isso sem contar, é claro, com aquelas pessoas que esqueceram o guarda-chuva no trabalho, na escola, na faculdade ou em algum outro lugar qualquer.

A chuva, enfim, faz a alegria desses milhares de meteorolgistas-ambulantes que encontram no fenômeno natural uma fonte de renda.

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Música do dia: Sentado à beira do caminho (Erasmo Carlos)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Movimento Pró-Democracia

Logo no final da apuração, um grupo de jovens resolveu criar um blog e uma comunidade no orkut para tratar das fraudes nas eleições do Rio de Janeiro. Não se trata de 'chorar pelo leite derramado' como algumas pessoas disseram, mas sim de mostrar o inconformismo por parte da população carioca diante da boca de urna, compra de votos e panfletos apócrifos que consistem em CRIME eleitoral.


Vale ressaltar também que o movimento não levanta qualquer bandeira de partido político, mas sim, defende a democracia que hoje se sente ameaçada por um sistema eleitoral até então intacto, mas como todo sistema, tem lá suas falhas.

Segue abaixo o manifesto e o panfleto do protesto que ocorrerá no próximo dia 31/10, sexta feira, na Cinelândia.


Protesto pró-moralização democrática nas eleições de 2008 do RIO DE JANEIRO!20% de abstinência

POR CAUSA DO FERIADO ADIANTADO PELO GOVERNO ESTADUALE OS MILHARES DE CRIMES ELEITORES FEITO POR PAESQUEREMOS INVALIDAÇÃO DA ELEIÇÃO!QUASE 1 MILHÃO DE CIDADÃOS NÃO VOTARAM!

Sexta-feira na Cinelândia 12h, saindo as 13h para o TRE DE PRETO

RESUMO:

1. Candidatura registrada fora do prazo de desincompatiblização;

2. 50 milhões de reais de despesa de campanha - quem bancou?

3. Uso político das UPAs (em Barra Mansa o prefeito eleito perdeu o cargo por isso) e restaurantes populares

4. Corrupção eleitoral, coação de leitores na Rocinha, ZN (região da PAvuna) e ZO

5. Boca de urna por vereadores eleitos da coligação oposta (vi e fotografei, posso provar)

6. Campanha difamatória contra Gabeira, claramente bancada e sustentada por políticos da outra coligação (tipo Liliam Sá e Clarissa Garotinho)


domingo, 26 de outubro de 2008

Desilusão Carioca

A onda Gabeira que parecia ter se tornado um tsunami, morreu na praia. Mas, a convicção de que essa foi uma das eleições do Rio de Janeiro que mais mobilizou pessoas jamais deve ser esquecida.
Um candidato que começou com menos de 6% das intenções de votos nas pesquisas, conseguiu chegar ao segundo turno depois de uma campanha eleitoral inovadora que utilizou-se majoritarimante da internet e a televisão de forma criativa e que mexeu com grande parte da população da Cidade Maravilhosa.

Hoje, Gabeira perdeu as eleições. Mas obteve uma vitória política, pois apesar de não ter ganho as eleições, a diferença foi mínima e isso mostra a capacidade da população carioca.

A esperança acabou?
A esperança de um Rio melhor, um Rio de Gabeira...inovador.

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Música do dia: O Rio de Gabeira

sábado, 25 de outubro de 2008

3 minutos

Os 3 minutos finais do debate de ontem entre os candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro foram recheados de emoção. Pelo menos para mim e para minha mãe.
Os 3 minutos de considerações finais da fala de Fernando Gabeira, mexeu profundamente com nossos ânimos. Na minha cabeça, passou um filme: Um candidato que começou a campanha eleitoral com 6% das intenções de voto, hoje aparece na frente do seu oponente, Eduardo Paes.
Incrível como a campanha de Fernando Gabeira conseguiu mobilizar tanta gente esse ano.
Incrível como ele conseguiu inovar de maneira inteligente e mobilizar milhares de voluntários para a sua campanha.


Há algumas semanas atrás, algumas pessoas vieram me indagar sobre o fato de eu estar votando em alguém apoiado pelo velho partido PSDB(partido que sempre fui contra). Hoje eu digo que não sou mais aquele bobo radical que vota em 'partidos'. Voto na pessoa e não em 'facções' políticas. Voto no Fernando Gabeira, sim. Mas voto porque acredito na sua luta, nas suas propostas e visões de futuro.
Voto porque o Rio de Janeiro precisa de mudança!E mudança já!
Não quero o continuísmo de Eduardo Paes que insiste em atacar seu adversário, sempre enfatizando que César Maia apóia Fernando Gabeira. Como bem disse o meu candidato, Eduardo Paes tem o estilo César Maia de governar, já que aprendeu com ele todas as artimanhas da 'arte de governar'.

Gabeira traz consigo, enfim, a modernidade. A EPIFANIA que o Rio de Janeiro tanto precisa.

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Música do dia: O Rio de Gabeira

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Meia catupiry, meia mussarela

Em um domingo logo no início da noite, decidi com a minha mãe qual pizza iríamos pedir para o nosso pseudo-jantar: Meia catupiry, meia mussarela. Dito e feito, liguei para a pizzaria e fiz o nosso pedido.
Ao voltar para o quarto dela, começamos a conversar sobre diversos assuntos: viagens, passado, presente, futuro. Perspectivas de um amanhã que relembra o passado e vice-versa.
Comecei a pensar comigo mesmo sobre o que acontecia naquele exato momento em outros cantos da cidade, do país e do mundo. Mortes, gente passando fome, gente que esbanja dinheiro. Mulheres semi-nuas em vitrines, expostas para quem passa nas ruas. Homens ricos à procura de mais dinheiro para satisfazer seu próprio ego, mesmo que através de mecanismos ilícitos.

Filas em hospitais, professores corrigindo provas, bares lotados de homens vazios, sem perspectiva. Ou talvez até pessoas que saíram para se divertir, sem fazer mal a ninguém. Orquestras Voadoras, aporias que vagam por aí e dominam as pessoas, como almas penadas que rondam os cemitérios.
Epifanias descobertas, camas molhadas de suor, estudantes em casa, estudantes na rua. O tráfico de drogas, o baile funk. O molejo da garota de ipanema do século XXI...

Sonhos, devaneios...tudo o que corre o mundo, ou apenas a nossa cidade. Quantas coisas acontecem paralelas aos que estamos fazendo? Quanta gente morre, quanta gente nasce...Quantos políticos roubam? Quantas verdades são ditas?E quantas mentiras?
Inexplicável ilusão.

O interfone toca.
A pizza chega.
E tudo isso fica para trás.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Uma menina chamada Aporia

No início desse semestre, na primeira semana de agosto, conheci uma menina chamada Aporia. Na Puc, ela apareceu logo no primeiro dia de aula de 'História do Pensamento'.Ela surgiu e começou a falar sobre sua própria existência, sem pedir licença e sem falar de onde vinha.
Simplesmente ela apareceu e veio me perseguindo por todos os lados, ela vai na Lapa, na Casa da Matriz, na Pista 3.

Um ser invisível que permeia minha mente e toma conta dos meus sentimentos, mesmo sem eu me dar conta.Nas aulas de quarta e sexta-feira, no último tempo, ela aparece viva para mim.Mesmo que abstramente e sem saber da minha existência.
Ela está comigo, mas eu não estou com ela.

Ela tá no meu blog, nas minhas leituras, nas minhas conversas com meus amigos e com a minha mãe. Ela está presente na cerveja que eu bebo, na coca cola que eu degusto...Não sai de perto de mim.Virou uma fixação...

Mas agora ela tá me abandonando.
Conheci outra menina, chamada Epifania.
Ela é linda, robusta e me acompanha.
Assim como eu acompanho ela também.

Na Epifania, encontrei a paz.
A Aporia trazia desespero, uma espécie de 'non-sense'.


Adeus, Aporia.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Limpeza de Chaminé

Rodopiar, levantar...Sacudir a mente.
Caixa postal, secretária. Viagens, Nova Iorque. Mesa, sala...Cigarros, cerveja, coca cola. Você...eu. Ao som de um bolero.
Reciprocidade. Rock and Roll.

Chico Buarque.

VIDA.

Elementos naturais, tipográficos. Símbolos. Papel.
Caneta. Ar. Entende-se como o que?
Carne. "Limpar chaminé".
Subir a escadaria da Penha. Metrô. Ladeira. Cinelândia.
Corpos, cenário...Vida.
Morte.
Azul, amarelo, abacate.
Marrom, mesa.
Montanha. Subindo a montanha!
Pele, pêlo.
Pelo mundo que aguarda.
Pelo mundo que respira.
Saudação:
Oi, Olá.
Paz.
Infinitamente promissor.
Breuer. Freud. Nietzsche.

Chaminé limpa.
Verdades.
Conceitos.
Idéias.
Verdades.
Suor.
Lágrima.
Pensamentos ocultos.
Subindo a rua da ladeira...
Chico.
Vida.
Respiração.
Afagar, ofegante.
Caminhando.
Mar, flores.
Sonhos.
Aquário.
Signo.
Significante.
Fim da aporia.
Epifania.


PAZ.

domingo, 12 de outubro de 2008

Seu Chico, 'O Nosso Chico'

Ontem, no Teatro Odisséia na Lapa recebeu pela segunda vez no mês a banda Seu Chico.
Uma banda de Recife que de forma criativa, canta as músicas do Chico Buarque, acompanhada de um coro de uma platéia que se emocionou ao ouvir músicas como 'Construção', 'Roda Viva', 'Vai Passar', 'Acorda, amor', 'Pelas tabelas'.
Durante o show, eles também contaram a história de um jovem garoto dos olhos verdes, o 'Chiquinho' que conheceu o Antônio e o Sr. Morais.
Isso sem contar com a grande performance do tecladista Vítor Araújo que com aquele jeitinho de menino e com sua grande capacidade musical, transmitiu uma emoção sem igual para os apreciadores da boa música.

Perto do fim, eles tocaram (em ritmo de frevo), 'Não existe pecado do lado de baixo do Equador' e voltaram para o bis, depois de muitos aplausos para tocar 'Jorge Maravilha' que sacudiu de vez o Teatro Odisséia e animou a noite daqueles cariocas de todas as gerações.
Uma noite inesquecível que vai ficar na memória de todos aqueles que estavam ali presentes.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A Orquestra Voadora na Cinelândia

No último domingo, fui assistir ao filme 'Apenas o fim' do Festival do Rio no cinema ODEON, na Cinelândia. Quando cheguei lá (com algumas horas de antecedência), algo surpreendente me saltou os olhos. Um grupo de músicos e atores de rua que, encostados no em um banco da praça, afinavam seus instrumentos e se preparavam para uma apresentação.
O público, naquele momento, era invisível, excetuando eu e uma meia dúzia de pessoas que não tinham mais o que fazer. De repente, os músicos atacaram algumas marchinhas de carnaval e os atores encenavam a morte da cultura diante de todos.

Era uma reinvidicação.

Sim, uma REINVIDICAÇÃO. O teatro deles fora fechado por falta de verba da prefeitura, exatamente no mesmo dia em que a Cidade Maravilhosa escolhia quem iria pro segundo turno das Eleições 2008: Gabeira ou Crivella.
Não foi apenas um divertimento ou uma reinvidicação qualquer. Mas sim, uma mistura dos dois. Um momento mágico em que os voluntários do Festival do Rio, de forma primorosa, quebraram o protocolo e se dirigiram para mais próximo para ver aquele grupo de artistas que se auto-denominavam de 'Orquestra Voadora'.

Palavras seriam insuficientes para descrever o que aquele grupo proporcionou a todos que estavam lá presentes. Uma cultura livre, SEM LIMITES. Um grupo que levou alegria àqueles que estavam lá. Gente de todo tipo: senhoras, jovens, velhinhos, mendigos. Foi a alegria também dos ambulantes que venderam bastante água e cerveja para aqueles que curtiam a euforia do momento.

Uma Orquestra Voadora inovadora. Não tocaram só marchinhas de carnaval. Misturaram Michael Jackson, Mutantes e Tim Maia. Ecoaram músicas de filmes e provocaram até uma certa melancolia naquele a quem vos escreve.

De repente, como numa quarta-feira de cinzas chuvosa, eles foram embora. Quase que sem explicação, dando à arte uma esponteneidade marcante e especial, aos olhares de cada um de nós.

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Música do dia: No momento, não estou ouvindo música, pois estou em uma biblioteca. Mas todas as músicas tocadas nesse último domingo, pela Orquestra Voadora, me vêm à cabeça.

domingo, 28 de setembro de 2008

Noite de gala para Don Corleone

Ontem, no terceiro dia do Festival do Rio 2008, no cinema Palácio na Cinelândia, ocorreu um evento histórico, digno de ser repassado de pai pra filho, filho pra neto e assim por diante.Talvez o dia mais marcante do festival, porque foi o dia em que exibiram às 18 horas, o filme 'O Poderoso Chefão'. Uma multidão de gente formava fila desde antes das 17:30 para conseguir um lugar em uma das sessões mais requisitadas do festival.


Após um discurso de uma das organizadoras do evento, explicando que a cópia veio diretamente do acervo pessoal do Copolla e que foi restaurada, o filme começou depois de forte expectativa do público. Logo que o filme começou e as primeiras notas da música tema do filme começaram a ser tocadas, o público rapidamente se emocionou.

Ao final do filme, os espectadores saíram todos juntos da sala, aglomerados e alguns fãs cantarolavam ou assobiavam a música tema do filme, tornando aquele momento um momento único que com certeza será repassado para outras gerações.

Obs: A partir dessa post, colocarei a música que estou escutando.

Música de hoje: Tema do Poderoso Chefão


sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Relembrando...

Só para relembrar àqueles que vem visitando meu blog mais recentemente...

Quem quiser enviar seus textos para serem publicados, seja bem vindo!
Envie apenas um e-mail com seu texto em anexo para joaoguilh@yahoo.com (sem br) e diga seu nome (o autor), ou se preferir dê um pseudônimo ou simplesmente diga que quer o anonimato.

Caso tenha qualquer dúvida sobre qualquer procedimento no blog, é só enviar um e-mail também.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Aporia no 410

Ao sair de uma aula na faculdade, História do Pensamento, do Curso de Comunicação Social, me senti em uma realidade aporética, onde não há saída ou solução para um problema. Esse problema é meramente relacionado ao conteúdo da aula que 'ensina' filosofia e que me leva a crer de que a prova não será tão fácil como parece.

Após esse momento de transe, dirigi-me com alguns amigos a um bar famoso ao lado da faculdade, chamado Pires. Fiquei lá por pouco tempo, mas o suficiente para encontrar o professor dessa aula aporética e chamá-lo para beber com a gente. Prontamente ele se dirigiu à nossa mesa e começamos a discutir sobre diversos assuntos. Nessa conversa, adicionei dois filmes à minha lista: 'Cidade dos Sonhos' e 'Nietzsche em Turim'. Começamos a travar uma discussão intensa sobre o poder das imagens na mente das pessoas: Se as imagens são reais ou frutos da imaginação de nós mesmos. Se as imagens são capazes de definir uma palavra. Por exemplo, a palavra MORTE. Exemplo usado por nós à mesa.
O que lhe vem a cabeça quando você pensa em MORTE? Cemitério, uma imagem de um vulto com um manto preto e uma foice? Ou quem sabe a imagem de um parente querido que morreu?
Tubos, paradas cardíacas, choros, velas...velório?

Após essa discussão extremamente proveitosa, lembrei que deveria voltar para casa. Saí do bar e fui ao terminal de ônibus para voltar pra casa. Quando cheguei lá, sabia que se eu pegasse o ônibus+metrô, chegaria mais rápido em casa. Porém, quis pegar o ônibus 410 a fim de ler, confortavelmente em minha cadeira um livro que a cada momento me deixa mais curioso em descobrir seu desenrolar: 'Quando Nietzsche chorou'.
Quando menos esperei, meu pescoço que estava reclinado ao livro, endureceu e começou a doer. Dei uma pausa no livro e cochilei por alguns minutos. Com esse cochilo, a leitura intensa do livro e algumas reflexões, cheguei rapidamente na Praça Saens Peña.
Desci do ônibus e, ainda em transe, fiquei observando tudo: o chão, o céu, as janelas, as lojas, a rua...Uma mulher que estava com seu filho pequeno perguntou:

-O que houve?Perdeu alguma coisa?
Menti.
-Não, não...Pensei que tinha visto alguém conhecido.
Disse isso, mas queria ter dito que tinha acabado de sair de uma aporia que eu me encontrava no ônibus 410.

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Aporia: Não encontrar uma solução para um problema, uma saída...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A melhor hora

Às vezes fico pensando: existe a melhor hora pra expressar um sentimento? Pra dizer a alguém que você a ama muito ou que, pelo menos, sente um afeto enorme? Dizer o que você sente pode ser cruel, traiçoeiro...Mas se sentes, por que não falar? Por que não tens certeza se sentes isso mesmo?
Estranho...

Esconder os sentimentos até quando? Quando é a melhor hora? Existe de fato isso?
Não existe melhor hora pra sonhar nem pra ouvir uma boa música, ler um bom livro ou assistir àquele filme predileto.
Acontece que a mente respira a cada momento...os sentimentos se alternam.As pessoas entram e saem da sua vida, quase que de forma imperceptível.Os filmes continuam lá...Nos cinemas, nas videolocadoras, nas redes de televisão.As músicas continuam lá também.No computador, nos cds, nos ipods, nos vinis...Os livros também, em todo lugar...
O que muda?
Os sentimentos em relação as coisas?Ou as coisas em relação aos sentimentos?

Sem vontade

Hoje eu acordei sem vontade de escrever.Acordei porque tá na hora, porque o rádio despertou.Acordei ao som do ABBA.Acordei porque tenho curso de inglês, acordei porque alguém disse ontem que eu sou 'muito interessante'.A moral eleva, não?Acordei porque quero respirar, porque acredito no amanhã.Acordei porque essa semana começa o Festival do Rio.Acordei porque quero assistir, ao menos, a dois filmes nesse festival.


Acordei sem vontade de escrever e poderia ter parado nessa frase.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Crítica ao filme 'Os Desafinados'


Afinadíssimos

O filme que estreou no dia 29/08 traz, sem dúvida alguma, a leveza de uma época em que a música não era apenas arte, mas também um tempero a mais para a juventude da época. Com um elenco afinado, ‘Os Desafinados’ é um filme de Walter Lima Jr. que prende a atenção da platéia. Gente de todas as idades, jovens, crianças, adultos e contemporâneos de uma época que marcou a história do Brasil.
No papel principal, Rodrigo Santoro desempenha uma espetacular mistura entre a jovialidade e o amor intenso pela música, no papel de Joaquim, músico e compositor integrante do grupo Os Desafinados que buscam um lugar ao Sol diante da efervescência da Bossa Nova em seu início, participando da seleção que poderá levá-los a um show em Nova Iorque.
Diferentemente da maioria dos últimos filmes nacionais, este não trata de realidades duras dos dias atuais, mas não deixa de retratar o momento em que a América Latina se encontrava na época da ‘Longa Noite dos Generais’. Abordando o tema de forma forte e emocionante, o autor do texto mostra as semelhanças entre a ditadura militar na Argentina e no Brasil, além de mostrar o histórico discurso de Martin Luther King: ‘I have a dream’.
O filme se mostra fiel não só aos acontecimentos históricos propriamente ditos, como apresenta também o surgimento do Cinema Novo através do personagem representado por Selton Mello que registra todos os momentos do grupo musical, seus percalços pela cidade de Nova Iorque, ensaios, bastidores e o dia-a-dia.
Neste momento de furor juvenil, ocorre o golpe militar, limitando a obra do cineasta Dico (Selton Mello) que, apesar de tudo, consegue enviar sua obra para um festival em Moscou, na Rússia.
Embora pareça ter um ar melancólico, o filme foge desse paradigma ao apresentar com leveza essa época que é originalmente suave.
Não se deve deixar de mencionar a personagem representada por Claudia Abreu, uma personagem libertária que não acredita na submissão da mulher e que junto com Os Desafinados, alavanca sua carreira como cantora.
Um filme, sem dúvida alguma, para entrar na história do cinema brasileiro como um clássico que merece ser assistido muitas vezes, como aquele disco de vinil antigo, guardado no armário empoeirado que merece seu lugar na vitrola.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Crítica da peça 'Os Produtores'




A peça 'Os Produtores' que estreiou no início de abril, vem fazendo um merecido sucesso.Dirigido por Miguel Falabella, a adaptação do musical da Broadway provoca risadas de um público atento do início ao fim do espetáculo.Max Bialystock(Miguel Falabella) é um produtor teatral muito conhecido, mas que vinha fracassando nas últimas peças produzidas, recebe a visita de um contador, Leo Bloom(Vladmir Brichta) que descobre junto a Max que é possível faturar mais dinheiro produzindo um verdadeiro fracasso do que um sucesso.Juntos formam 'Os Produtores', na intenção de fazer 'a pior peça que já existiu'.Brichta dá um show a parte e Falabella com todos aqueles trejeitos e chavões, dá um tom canastrão ao personagem, na medida certa.


Todos estão impecáveis.Juliana Paes cumpre às exigências da personagem e o faz de forma magnífica.


Um espetáculo imperdível em cartaz no Vivo Rio, no Rio de Janeiro.




Dia 22 de maio de 2008, estréia 'A Noviça Rebelde', na reabertura do teatro Casa Grande, agora com o nome de OI Casa Grande, no shopping Leblon.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Crítica ao Filme Sweeney Todd-O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet do blog 'Tear de Idéias'

O texto a seguir é da primeira colaboradora no blog, uma crítica ao filme Sweeney Todd-O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet.
O texto de Brunella Brunello, autora do blog teardeideias.blogspot.com.

Sombrio e engraçado, o mais recente filme de Tim Burton, “Sweeney Todd –o barbeiro demoníaco da rua fleet” - além de uma fotografia incrível, história surpreendente, personagens bem construídos e maquiagem impecável - é marcado pela sutil morbidez do diretor e o texto cheio de rimas (que desaparecem na tradução para o português). Um musical espetacular, detalhista e riquíssimo. É difícil não reparar nos cenários escuros, nos jogos de luz e sombra, nos detalhes do figurino, na mistura de cores, nos contrastes, em cenas claras e macabras e nos toques góticos do diretor. A história é um clássico inglês, originalmente um conto escrito em 1847 por Thomas Peckett Prest, logo foi adaptado e se tornou uma das mais populares peças da história do teatro britânico. O filme teve como principal referência a adaptação da Broadway para a história. Benjamin Barker é um barbeiro que é injustamente afastado de sua esposa e filha, quinze anos depois volta com o nome de Sweeney Todd para se vingar e corta as gargantas de seus clientes com sua navalha e depois sua vizinha, Mrs Lovett, usa as vítimas para fazer tortas de carne. E, para quem não conhece a história, o final é surpreendente e, também, a critério do espectador.


Aguardem novas postagens.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Continuação do post anterior

O show da banda Terra Molhada será no Bar do Tom e o ingresso pode ser adquirido no site do ingresso.com
Qualquer dúvida, deixem um comentário.

Obs: Essa banda não me pediu pra fazer qualquer tipo de divulgação.Nem conheço os integrantes.Mas conheço o trabalho da banda e sei que vale a pena.
Se você quiser divulgar o seu show, envie por e-mail o nome da banda, local e hora.Divulgarei.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Shows e Cinema

Os shows divulgados a seguir fazem parte dos meses de final de fevereiro/início de março.

Terra Molhada
Banda que interpreta os Beatles.25 anos de existência da banda e mais 2800 shows.Foi a única banda brasileira a fazer parte da coletânea Beatles Forever, ao lado de artistas como Stevie Wonder, David Bowie, Elton John, Little Richard, entre outros.
Datas:

29/02/2008-21 horas
1/03/2008-21 horas

Preço:

Inteira: R$56,00
Meia: R$28,00

Cinema

Dicas:

O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, com Johnny Depp
Caçador de Pipas
Juno
Meu Nome Não é Johnny
Gângster

Acho que por hoje é só isso.

Propostas

O blog 'Cultura sem Limites' tem como objetivo principal fazer uma divulgação da cultura livre, contemporânea, alternativa e da cultura já dominada pela sociedade em geral.

A intenção principal é criar um banco de dados com shows, exposições, teatro, cinema, etc no Rio de Janeiro.Além disso, o blog tem a intenção de fazer divulgação de textos em geral dos leitores do mesmo.

E o próprio autor do blog, se reserva ao direito de escrever seus próprios textos entre uma divulgação e outra.
Aproveitem da melhor maneira possível e ajudem na divulgação dos eventos e no envio de textos para enriquecer, de forma democrática o blog.
Não esqueçam de enviarem o seu nome e sobrenome para identificação dos textos ou, se preferirem, digam que é postagem anônima.