quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Meia catupiry, meia mussarela

Em um domingo logo no início da noite, decidi com a minha mãe qual pizza iríamos pedir para o nosso pseudo-jantar: Meia catupiry, meia mussarela. Dito e feito, liguei para a pizzaria e fiz o nosso pedido.
Ao voltar para o quarto dela, começamos a conversar sobre diversos assuntos: viagens, passado, presente, futuro. Perspectivas de um amanhã que relembra o passado e vice-versa.
Comecei a pensar comigo mesmo sobre o que acontecia naquele exato momento em outros cantos da cidade, do país e do mundo. Mortes, gente passando fome, gente que esbanja dinheiro. Mulheres semi-nuas em vitrines, expostas para quem passa nas ruas. Homens ricos à procura de mais dinheiro para satisfazer seu próprio ego, mesmo que através de mecanismos ilícitos.

Filas em hospitais, professores corrigindo provas, bares lotados de homens vazios, sem perspectiva. Ou talvez até pessoas que saíram para se divertir, sem fazer mal a ninguém. Orquestras Voadoras, aporias que vagam por aí e dominam as pessoas, como almas penadas que rondam os cemitérios.
Epifanias descobertas, camas molhadas de suor, estudantes em casa, estudantes na rua. O tráfico de drogas, o baile funk. O molejo da garota de ipanema do século XXI...

Sonhos, devaneios...tudo o que corre o mundo, ou apenas a nossa cidade. Quantas coisas acontecem paralelas aos que estamos fazendo? Quanta gente morre, quanta gente nasce...Quantos políticos roubam? Quantas verdades são ditas?E quantas mentiras?
Inexplicável ilusão.

O interfone toca.
A pizza chega.
E tudo isso fica para trás.

4 comentários:

Unknown disse...

Às vezes também me pego em devaneios,mas os últimos tem sido:para onde será que as viagens do João o levarão?
Beijão da sua fã número 1

Karine Duarte disse...

Esses pensamentos só os têm quem consegue ser altruísta, nem que seja por um momento...e consegue ver de verdade, não como naquele quadro do CCBB, lembra? Das pessoas sem rosto, as pessoas não se vêem, se relacionam, sem se envolver. Ver o outro, a realidade dos outros, que muitas vezes nos parece tão distante da nossa, e perceber que de alguma forma é a sua realidade também, estamos todos ligados...

e você consegue ver e perceber...não se espanta, dá medo mesmo...só cuidado para não deixar de acreditar...lembra...sonhe e faça, ainda tem jeito, podemos sempre melhorar e ajudar uns aos outros...
PS: eu não sei resumir...desculpa!hahahaha!

Livia disse...

isso acontece comigo também... e a vontade de mudar as coisas não consegue me deixar calada. no fundo, eu acredito que podemos mudar as coisas sim!

Unknown disse...

Meu Joãozinho querido! Gostaria de ter, pelo menos, um décimo da sua capacidade de viajar sem sair do lugar. Gostei muito do texto. Beijos.