Ao sair de uma aula na faculdade, História do Pensamento, do Curso de Comunicação Social, me senti em uma realidade aporética, onde não há saída ou solução para um problema. Esse problema é meramente relacionado ao conteúdo da aula que 'ensina' filosofia e que me leva a crer de que a prova não será tão fácil como parece.
Após esse momento de
transe, dirigi-me com alguns amigos a um bar famoso ao lado da faculdade, chamado Pires. Fiquei lá por pouco tempo, mas o suficiente para encontrar o professor dessa aula
aporética e chamá-lo para beber com a gente. Prontamente ele se dirigiu à nossa mesa e começamos a discutir sobre diversos assuntos. Nessa conversa, adicionei dois filmes à minha lista: 'Cidade dos Sonhos' e 'Nietzsche em Turim'. Começamos a travar uma discussão intensa sobre o poder das imagens na mente das pessoas: Se as imagens são reais ou frutos da imaginação de nós mesmos. Se as imagens são capazes de definir uma palavra. Por exemplo, a palavra MORTE. Exemplo usado por nós à mesa.
O que lhe vem a cabeça quando você pensa em MORTE? Cemitério, uma imagem de um vulto com um manto preto e uma foice? Ou quem sabe a imagem de um parente querido que morreu?
Tubos, paradas cardíacas, choros, velas...velório?
Após essa discussão extremamente proveitosa, lembrei que deveria voltar para casa. Saí do bar e fui ao terminal de ônibus para voltar pra casa. Quando cheguei lá, sabia que se eu pegasse o ônibus+metrô, chegaria mais rápido em casa. Porém, quis pegar o ônibus 410 a fim de ler, confortavelmente em minha cadeira um livro que a cada momento me deixa mais curioso em descobrir seu desenrolar: 'Quando Nietzsche chorou'.
Quando menos esperei, meu pescoço que estava reclinado ao livro, endureceu e começou a doer. Dei uma pausa no livro e cochilei por alguns minutos. Com esse cochilo, a leitura intensa do livro e algumas reflexões, cheguei rapidamente na Praça Saens Peña.
Desci do ônibus e, ainda em
transe, fiquei observando tudo: o chão, o céu, as janelas, as lojas, a rua...Uma mulher que estava com seu filho pequeno perguntou:
-O que houve?Perdeu alguma coisa?
Menti.
-Não, não...Pensei que tinha visto alguém conhecido.
Disse isso, mas queria ter dito que tinha acabado de sair de uma aporia que eu me encontrava no ônibus 410.
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Aporia: Não encontrar uma solução para um problema, uma saída...